Centenas de pessoas participaram na manhã deste domingo (4) da manifestação que quer a retirada da praça de pedágio do território de Cruzeiro do Sul.

Centenas de pessoas participaram na manhã deste domingo (4) da manifestação que quer a retirada da praça de pedágio do território de Cruzeiro do Sul. Instalada na RSC-453 na localidade de Boa Esperança há 23 anos, desde 2004 a estrutura está no km 19 da rodovia. Anteriormente estava no km 18, onde atualmente funciona a sede do Pelotão Rodoviário da Brigada Militar. Do Centro da cidade partiram 75 veículos, adesivados com o dizer: Cruzeiro do Sul não quer mais o pedágio. Estes se uniram com outra turma de manifestantes que aguardava no Centro da localidade de Boa Esperança, e de lá se dirigiram até as imediações da praça. O Pelotão Rodoviário, que juntamente com o policiamento urbano acompanhou a mobilização, contabilizou 106 veículos participantes, somando mais de 200 pessoas. Empunhando cartazes e com carros de som, os moradores se colocaram às margens da rodovia e se manifestaram de forma pacífica. Pouco antes do meio-dia, por cinco minutos, devidamente orientados pelo policiamento, o grupo marcou o ato com a interrupção do fluxo no sentido Venâncio Aires – Lajeado. Vários motoristas forasteiros que passavam pelo local apoiavam a mobilização fazendo uso da buzina de seus veículos.

Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Cruzeiro do Sul, Marcos Hinrichsen, que esteve à frente da manifestação, o pedágio reflete no isolamento das localidades próximas da praça, da área central do município. Ele observa que muitas pessoas têm o cartão de isenção da tarifa, mas que mesmo assim as comunidades sentem o impacto, principalmente no que diz respeito ao seu desenvolvimento. “A praça divide o nosso município”, frisa. Hinrichsen acrescenta que o novo modelo de concessão, que será para os próximos 30 anos, preocupa, uma vez que não haverá mais a isenção da tarifa para os moradores da localidade. “Isso irá dificultar muito mais a situação da população”, assinala.

O prefeito, João Henrique Dullius, que participou da manifestação, disse que a Administração Municipal já fez um primeiro contato com a Secretaria do Estado responsável pela concessão das praças de pedágio, tendo dois novos encontros agendados para esta semana: com o secretário de governo, Luiz Carlos Busato e com Juvir Costella, secretário de Logística e Transportes, para debater a respeito da retirada da praça, tendo em vista o prejuízo que a mesma significa para o município. “Entre os problemas está a retirada da isenção dos moradores próximo, tendo em vista que muitos residem de um lado da praça e têm suas atividades profissionais do outro”, assinala. Ainda conforme o prefeito, o governo do Estado também pretende trabalhar de forma que a comunidade não saia prejudicada.

Entre os manifestantes esteve a professora Andrea Reckziegel, residente na localidade de Boa Esperança. Conforme ela, essa parte do município é totalmente prejudicada com o pedágio, refletindo na incapacidade de avanços em termos de agroindústrias, agricultura, comércio e indústrias. “Não é uma questão de isenção para quem mora na localidade. Nós não queremos mais a praça de pedágio no município”, reforça.

Durante o ato também foram lembrados diversos pedidos de melhorias da comunidade local no trecho da RSC-453 que passa pelo município, e que não foram atendidos, como, por exemplo: uma rotatória na localidade de São Rafael, no acesso à Rua Frederico Germano Henssgen, local onde ocorrem recorrentes acidentes de trânsito e já foram ceifadas várias vidas. Em novembro de 2019 a população também se manifestou no local pedindo por esta obra.

Data de publicação: 05/07/2021

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