Alunos do 6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Jacob Sehn, do bairro Glucostark, em Cruzeiro do Sul, durante uma aula de ciências, deram continuidade ao projeto “Mais Hortas nas Comunidades”, que foi implantado do educandário, em 20...

Alunos do 6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Jacob Sehn, do bairro Glucostark, em Cruzeiro do Sul, durante uma aula de ciências, deram continuidade ao projeto “Mais Hortas nas Comunidades”, que foi implantado do educandário, em 2017. Na escola, a coordenadora é a professora Elisandra Gerhardt. No último encontro, a atividade teve a participação da agricultora Ivone Heissler, que é participante do grupo que possui uma horta modelo, na localidade de Boa Esperança Baixa. As mudas plantadas foram doadas pelos pais de alunos, agricultores do projeto e Pastoral da Terra.

De acordo com a enfermeira do município, Eveline Paim Deon Bohn, que é a idealizadora do projeto em Cruzeiro, o intuito é a troca de saberes entre o agricultor – com sua vasta experiência com a vida na roça – alunos e professores. “Além disso, todas as disciplinas escolares podem ser transferidas e desenvolvidas junto a horta. Quem gerencia o espaço é a escola, através das atividades com os alunos. Além disso, o que é colhido é servido para os próprios estudantes. O espaço serve para atividades lúdicas, também levando a horticultura terapia para alunos e professores”, destaca Eveline.

Na escola do bairro Glucostark o espaço foi batizado como Jacobhorta, tendo o mutirão da última semana sido possível graças à disponibilidade de uma equipe da Secretaria Municipal de Obras, que destinou parte de seu dia para este trabalho. “Todas as Secretaria Municipais estão envolvidas no Projeto. Sem esse apoio, o projeto não consegue das seguimento as suas atividades com resolutividade.”, ressalta a enfermeira.

As próximas escolas que planejam aderir ao projeto são a São Miguel e São Felipe, ambas da localidade de Linha Sítio. “São instituições de ensino que nos procuraram e acreditam nos bons resultados da ‘horta pedagógica’”, pontua Eveline.

Como surgiu

A enfermeira Eveline conta que o início de tudo ocorreu com uma necessidade particular de reeducação alimentar e a experiência de participar de um grupo de gastroterapia, que tem encontros em Teutônia. “Neste grupo, todo alimento preparado é anteriormente colhido pelos participantes. Ou seja, você sabe de onde vem”, explica. Além disso, a profissional da saúde lembra que veio de um ambiente familiar onde se comia alimentos de época, tendo percebido que isso se perdeu, até mesmo entre os produtores rurais locais. “A partir daí fui estudar a horticultura terapia e o primeiro grupo de ‘Mais Hortas nas Comunidades’ surgiu no ano passado na localidade de Boa Esperança Baixa. Local que hoje se tornou uma horta modelo. Depois disso, o projeto começou a tomar proporções maiores, inclusive com a procura das escolas e pais de alunos, para que seja introduzido no dia a dia dos jovens”, diz. Eveline reforça que tudo só é possível com a união dos extensionistas do projeto e apoio da Administração Municipal.

“Essa também é uma valorização do poder de conhecimento do agricultor. Essa figura tem uma importância singular no projeto e na vida de todas as pessoas. Isso também pode servir de estímulo para que o jovem permaneça no campo. Inclusive, um estudo da Univates e da UCS – Universidade de Caxias do Sul, aponta que, no último ano, cresceu 40% a procura pelo consumo de alimentos orgânicos e agroecológicos”, finaliza.

Data de publicação: 23/07/2018

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